8 de junho de 2010

Acordei com fome

Estou aqui pra declarar a minha completa insatisfação com esse momento da minha vida. Como pode uma pessoa viver desse jeito, nessa modorra infernal? O que diabos eu tenho feito comigo, meu deus? Desde quando alguém tem que lembrar a si mesmo de viver? Eu me odeio, às vezes. OK, forte demais. Mas me irrito muito comigo. Muito mesmo.

As vezes eu tenho umas loucuras dessas de ver o mundo sob uma luz totalmente nova. Me sinto muito como o Ralph Roberts, de Insônia (literalmente, se é que você me entende e vai ler isso aqui algum dia, porque esse texto é pra você também); as cores me cegam. Da ultima vez que tive um desses acessos passei o dia estranha, confusa, perdida entre dois mundos tão diferentes. E foi isso o que me tirou do transe. Eu consegui enxergar vida.

E mais! Eu tenho uma vida em meu poder. Será que algum de vocês já parou pra pensar nisso? Uma vida! E eu posso fazer o que quiser com ela! Isso me exaspera, me assusta e me ilumina. Eu tenho poder de escolha. Eu tenho o meu leão (a quem devo um imenso pedido de desculpas; perdoe-me, acho que me esqueci da sua face). Eu tenho força. Eu tenho vontade. Eu tenho curiosidade. Eu tenho vida.

As vezes me assusto com essas constatações. Tem horas que olho pra mim e me vejo tão pequena, tão ignorante. É isso que me fode. Basta olhar pros meus ultimos posts; eu não pensei em quase nada das ultimas coisas que escrevi. Eu só falei de livros, jogos, música... Coisas que têm mais função de ocupar espaço do que qualquer outra coisa. Eu não me levei a pensar. Eu estive passiva demais pra sequer fazer isso. Pensar. Eu fugi disso mais do que tudo, na minha imensurável preguiça de viver.

Essa droga de poço no qual eu me meti lógicamente influenciou outros aspectos da minha vida. Mas agora eu tou acordada. Agora eu sou um ser pensante. Talvez eu não possa consertar certos erros que cometi, mas posso me dedicar a melhorar e acertar no que fizer daqui pra frente. Principalmente comigo mesma.

Outras pessoas olharam pra mim e me disseram pra eu fazer o que tinha vontade de fazer, que elas me ajudariam. Eu nem parei pra pensar nisso. Não é uma imensa bobagem da minha parte deixar outra pessoa me dizer pra eu fazer o que tenho vontade de fazer? Eu deveria ser a primeira pessoa a dizer isso, a me esforçar por isso. Faz algum sentido pra vocês?

As coisas não estão exatamente boas no momento. Eu acordei de um longo sono dentro de mim e parece que a pessoa que ficou no meu lugar fez uma certa bagunça que terei que limpar. Mas vai ficar tudo bem. Agora consigo analisar as minhas possibilidades. Agora consigo tomar decisões. Primeiramente, tenho um problema a resolver. Aliás, tenho uma coisa pra ouvir e, dependendo do que eu ouvir, tenho coisas a dizer também. Depois tenho o meu futuro para decidir. Pra onde vou, o que farei, como, quando...

Estou feliz por estar de volta.

PS:Por favor, não me julguem pelo número de vezes que estupidamente usei a palavra eu. É só que, na minha concepção, pra um dia conseguir mudar o mundo eu preciso começar pela pessoa que eu sou.

Um comentário:

Julia disse...

engraçado... enquanto você luta para acordar, eu me forço a dormir...